Search
sexta, 03 de maio de 2024
  • :
  • :

STJ nega pedido de habeas corpus do médium João de Deus

STJ nega pedido de habeas corpus do médium João de Deus

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, na tarde desta quarta-feira (19), o pedido de habeas corpus da defesa do médium João de Deus. O religioso está preso desde domingo (16), suspeito de abusos sexuais durante atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Ele também teve a soltura negada pelo Tribunal de Justiça de Goiás(TJGO).

A decisão no STJ é do ministro Nefi Cordeiro, que também determinou a retirada do segredo de Justiça do documento. Ele cita, entre as justificativas, que o fato de o médium permanecer “inicialmente sem ser localizado e a movimentação com urgência de altos valores é fato demonstrado, suficiente para a indicada conclusão de risco de fuga”.

G1 tentou contato no início da noite com o advogado Alberto Toron, mas não recebeu retorno. No pedido de habeas corpus, a defesa alegou que João de Deus é primário, tem residência fixa, é idoso e possui doença coronária e vascular grave, além de ter sido operado de câncer agressivo no estômago.

Além disso, a defesa apontava como alternativa a colocação de tornozeleira eletrônica. Na decisão, o ministro Nefi Cordeiro diz que essa análise deverá ser realizada no momento do julgamento de mérito do habeas corpus impetrado no TJGO.

Na terça, policiais estiveram em endereços ligados ao médium e apreenderam mais de R$ 400 mil e seis armas.

A situação atual

  • Ministério Público recebeu 506 relatos de abusos sexuais
  • Das mulheres que denunciaram caso ao MP, 30 já foram ouvidas
  • Polícia Civil colheu depoimentos de outras 15 mulheres e aguarda ouvir mais uma. Apenas 1 caso vai virar inquérito
  • Há relatos de supostas vítimas de seis países e vários estados brasileiros
  • Médium é investigado por estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude
  • João de Deus está preso no Núcleo de Custódia em Aparecida de Goiânia
  • MP e polícia também querem apurar denúncia de lavagem de dinheiro
  • Não há pedido para suspensão do funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola

Investigação

João de Deus teve a prisão decretada na sexta-feira (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que investigam os relatos de abuso sexual durante atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.

O médium prestou depoimento na noite de domingo, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.

O advogado Alberto Toron entrou com um pedido de habeas corpus na segunda-feira (17). O defensor também citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, a Justiça negou a liberdade na terça-feira (18).

O jornal “O Globo”, a TV Globo e o G1 têm publicado nos últimos dias relatos de dezenas de mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium. Os casos vieram à tona no programa Conversa com Bial de 7 de dezembro. Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus ou a fé de milhares de pessoas que o procuram.

Fonte: G1