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sexta, 29 de maro de 2024
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Verão 2018: coco sai do campo por R$ 0,60 e chega às praias do ES por R$ 5

Verão 2018: coco sai do campo por R$ 0,60 e chega às praias do ES por R$ 5

O coco que é vendido nas praias de Guriri, São Mateus, no Norte do Espírito Santo, sai das lavouras da região e passa por um processo de revenda e preparação até ser visto nas areias do litoral. O produtor rural vende o produto pelo valor de R$ 0,60 a R$ 0,75 e ele chega às mãos dos banhistas pelo preço final médio de R$ 5.

Para os ambulantes, o lucro ainda é considerado baixo. Já para o consumidor, em geral, a ideia é não exagerar na dose, para controlar os gastos.

O produtor rural Fernando Bonomo conta que colhe, por dia, cinco caminhões do fruto, que são vendidos para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Segundo ele, o preço da venda ainda está abaixo do normal.

 “A produção está normal para a época do ano, o que atrasou um pouco a colheita foi o excesso de chuva em Rio e São Paulo. Então, o preço está um pouco abaixo do normal. Mas, essa semana, a gente já viu que o mercado se restabeleceu e, logo, a colheita vai estar no ponto”, afirmou.

Fernando tem 45 hectares de lavoura produzindo coco e, segundo ele, foi preciso contratar mais funcionários neste ano, já que os pedidos não param de chegar. Mesmo assim, o produtor ainda reclama do preço, que está até R$ 0,30 mais baixo do que o coco vendido no Nordeste do país.

“Hoje, está girando em torno de R$ 0,60 a R$ 0,75, depende do cliente, do local para onde vai. Eu acredito que, agora, com a chegada do réveillon, que é um período de procura maior, a tendência é de subir os preços e, a partir de meados de janeiro, deve melhorar bastante”, disse.

A produção da fruta gira em torno de 200 frutos por planta na lavoura, a cada ano. O termômetro do produtor é o clima no mercado consumidor. Se nos centros que consomem o fruto estiver muito calor, é sinal de preço bom. Se começar a chover e esfriar, o preço do coco cai.

Mesmo assim, os preços não caem na praia. “Está R$ 5. Realmente, está um preço bem exuberante, está bem caro. Tem que economizar”, disse o advogado Gustavo Henrique da Silva.

Já para a aposentada Célia Nogueira, o valor é justo. “Eu acho que vale. Eles têm muito trabalho para trazer todo esse equipamento deles para a praia. Eles precisam de lucro”, destacou.

Os vendedores de coco que trabalham na praia afirmam que lucram pouco, mesmo com o valor que cobram.

“Menos não dá, porque você tem todo um trabalho. Para chegar no ponto final para o cliente consumir, você tem que colocar o produto para gelar, tem que descer o produto. E não é só isso. Tem que descer o material para os clientes sentarem, a barraca, o sombreiro, as mesas, as cadeiras. Então, tem que dar um conforto para o cliente chegar à mesa, para chegar ao denominador final, que é a venda do coco”, falou o vendedor Samuel Gentil.

Fonte: G1