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tera, 30 de abril de 2024
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Advogado do Santos avalia que indefinição da Conmebol no Caso Sánchez significa que defesa foi bem feita

Advogado do Santos avalia que indefinição da Conmebol no Caso Sánchez significa que defesa foi bem feita

Para o advogado que defende o Santos no Caso Sánchez na sede da Conmebol, no Paraguai, o fato de a entidade ter adiado o anúncio da decisão para terça-feira, dia do jogo decisivo contra o Independiente pela Libertadores, pode ser bom para o Peixe. Mario Bittencourt acredita que “essa demora se deva à nossa defesa ter sido bem feita”.

– Nesses julgamentos, normalmente as defesas são enviadas por escrito, mas a gente fez um trabalho contundente, e a Conmebol aceitou nos ouvir. Foi uma audiência de quatro horas e meia, com todo o nosso corpo jurídico. O procedimento geralmente é sumário, a Conmebol decide e pronto. Neste caso específico, eles pediram a nossa defesa por escrito até sexta-feira, mas depois aceitaram nos ouvir nesta segunda. Sob o ponto de vista desportivo, é complicado deixar a decisão para o dia do jogo. Por outro lado, é um sinal de que a nossa defesa está sendo analisada minuciosamente – disse o advogado ao “Bem, Amigos!”, no SporTV.

Mario Bittencourt ganhou fama como “o advogado do Fluminense” no caso Héverton, em 2013, resultando no rebaixamento da Portuguesa no Campeonato Brasileiro.

O jogo de ida pelas oitavas de final, na Argentina, terminou empatado em 0 a 0. Se a Conmebol decidir que o volante uruguaio Carlos Sánchez foi escalado de forma irregular e punir o Santos, o placar passa a ser 3 a 0 para o Independiente – o que forçaria o Peixe a ganhar no Pacaembu, a partir das 19h30 (de Brasília), por quatro gols de diferença para passar direto às quartas de final.

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Mário Bittencourt, conhecido como “o advogado do Fluminense”, defende agora o Santos (Foto: Monique Silva)

– Independente da decisão, cabe recurso na própria Conmebol e no TAS (Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça). Mesmo que saia um resultado amanhã (terça-feira), caberá ao Santos ou ao Independiente recorrer. O resultado pode não ser o definitivo. O presidente (do Santos, José Carlos Peres) está aqui comigo (em Luque, no Paraguai): se houver um resultado negativo ao Santos, o clube vai recorrer até a última instância, principalmente por causa do jogador do River Plate, que não foi punido – completou Bittencourt.

Na última sexta, o Santos também pediu à Conmebol que o caso de Sánchez fosse analisado da mesma forma que a entidade tratou um episódio semelhante do River Plate.

No dia anterior, a Conmebol anunciou que não abriria procedimento contra o clube argentino pela escalação irregular de Bruno Zucullini, que também tinha suspensões pendentes, mas atuou em sete partidas da Libertadores.

No caso do River, a entidade admitiu ter cometido um erro ao não informar o clube sobre a pena do atleta quando foi consultada formalmente em fevereiro.

Entenda o Caso Sánchez

Quando ainda defendia o River Plate, em 2015, Carlos Sánchez foi expulso ao agredir um gandula na semifinal da Copa Sul-Americana contra o Huracán. Em dezembro daquele ano, o jogador uruguaio recebeu uma suspensão de três jogos e multa de US$ 3 mil.

De acordo com o Regulamento Disciplinar da Conmebol, a suspensão por partida teria que ser cumprida no torneio seguinte organizado pela entidade do qual Sánchez participasse, independentemente de ele ter trocado de clube.

Logo após aquela eliminação, Sánchez disputou o Mundial de Clubes de 2015 (organizado pela Fifa) e trocou o River Plate pelo Monterrey, do México, de onde saiu em julho deste para o Santos. A Libertadores deste ano é o primeiro torneio da Conmebol que ele disputa desde então.

Em 2016, quando completou 100 anos, a Conmebol anunciou uma anistia a clubes e atletas com punições pendentes. Então, Sánchez teve a pena reduzida para um jogo – que deveria ter sido cumprida justamente na última terça, em Independiente x Santos.

Como o Santos se defendeu

O Santos se apoiou principalmente no sistema de registro de atletas utilizado pela Conmebol, o Comet, para se defender. O sistema registrava que Carlos Sánchez não tinha nenhum outro jogo de suspensão para cumprir – a pena teria sido extinta em maio deste ano.

Mas o artigo 11.8 do Regulamento abre uma brecha para transferir a responsabilidade aos clubes: ele diz que “as suspensões automáticas são denominadas assim porque operam sem necessidade de que a Unidade Disciplinar informe ao clube ou ao jogador processado sobre as mesmas”.

Por isso, como o GloboEsporte.com mostrou na quinta-feira, clubes brasileiros não confiam no sistema Comet. Dirigentes de time que disputam a Libertadores e a Sul-Americana afirmaram fazer consultas documentadas à Conmebol quando há dúvidas sobre as condições de jogadores.

Até mesmo o Santos, no ano passado, protocolou um pedido de esclarecimento à Conmebol para saber as condições de jogo de Caju, Vecchio e Alison. Neste ano, o Temuco foi punido por escalar um jogador irregular – o time chileno também culpou o Comet, mas não adiantou.

Fonte: sportv.globo.