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quinta, 28 de maro de 2024
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Outubro Rosa: medicina reprodutiva é opção para mulheres diagnosticadas com câncer

Outubro Rosa: medicina reprodutiva é opção para mulheres diagnosticadas com câncer

 Todos os anos cerca de 280 mil mulheres recebem o diagnóstico de câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Desse número, quase 60 mil casos são de câncer de mama. Uma das complicações de passar por um tratamento de um tumor maligno, especialmente no sexo feminino, é a perda da fertilidade. Estima-se que 50% dessas mulheres podem enfrentar problemas para engravidar no futuro. Para elas, as técnicas de reprodução assistida, mesmo não garantidas, representam uma esperança de realizar o sonho da maternidade.

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(Divulgação)

Alguns fatores são os responsáveis pela infertilidade nas pacientes oncológicas. O especialista em reprodução humana e coordenador do programa de Preservação da Fertilidade do grupo Huntington de Medicina Reprodutiva, Maurício Chehin, lista algumas situações que podem influenciar no sistema reprodutivo feminino:

  • Cirurgia para retirada do tumor – quando o procedimento mexe diretamente nos órgãos reprodutivos;
  • Quimioterapia – o tratamento sistêmico que atinge as células tumorais também age nas células germinativas no ovário (responsáveis pela formação dos óvulos), reduzindo a reserva de óvulos da mulher rapidamente;
  • Radioterapia – o procedimento na região pélvica ou corporal total também atinge as células germinativas, causando queda no número de óvulos.

O que vai determinar se a mulher irá enfrentar a infertilidade depende de uma série de fatores como tipo e dose do medicamento quimioterápico, dose da radioterapia, da idade da mulher na época do tratamento oncológico e também do estoque de óvulos de cada uma. “O papel do especialista nesse momento é avaliar essas questões em conjunto para entender o risco de infertilidade de cada mulher”, explica o especialista.

Ainda não é possível evitar que essas mulheres tenham a queda da reserva de óvulos, entretanto, algumas técnicas de reprodução assistida permitem preservar a fertilidade. Entre elas, estão:

  • Congelamento de óvulos – é o procedimento mais procurado pelas pacientes oncológicas. Trata-se de uma técnica cirúrgica não complexa, realizada para retirada de óvulos saudáveis que serão preservados para serem utilizados futuramente quando a mulher decidir tentar engravidar;
  • Congelamento de embriões – após a coleta dos óvulos e espermatozoides, no laboratório, ocorre a fecundação e o desenvolvimento dos embriões pelo método de  fertilização in vitro (FIV).
  • Congelamento de tecido ovariano – procedimento cirúrgico, ainda experimental, mas já com mais de uma centena de nascimentos pelo mundo, no qual se retira parte ou um dos ovários para congelamento de pequenos fragmentos do tecido ovariano, que poderão no futuro, serem transplantados de volta a pelve feminina para retomar a função ovulatória e hormonal.

“Um dos medos dessas mulheres em tratamento do câncer de mama é o uso de hormônios, utilizados para o amadurecimento dos óvulos antes do congelamento. Porém, é importante ressaltar que esses medicamentos não agem diretamente na mama e uma série de estudos atestam a segurança desse procedimento, sem oferecer riscos à mulher”, ressalta Chehin.

A liberação para realizar a técnica de reprodução humana após o término do tratamento oncológico deve ser realizada pelo oncologista responsável, que deve avaliar o risco de recidiva, entre outros fatores. Ao ser liberada pelo médico, a mulher pode iniciar o processo para tentar engravidar e realizar o sonho da maternidade.

 

Proteger

Lançado no Brasil em 2016, o Proteger, programa de responsabilidade social dos Laboratórios Ferring, visa preservar a fertilidade em pacientes oncológicas. O projeto ajuda a viabilizar a criopreservação de óvulos rápida e já auxiliou mais de 340 mulheres no sonho da maternidade. A biofarmacêutica disponibiliza os fármacos para estimulação ovariana gratuitamente e tem parceria com clínicas que fazem o tratamento sem custo ou por valor reduzido.