Mercado melhora projeção para o PIB em 2020 e prevê queda de 5,46%, ante 5,52%
24 ago, 2020
Os economistas do mercado financeiro reduziram, pela oitava semana consecutiva, a previsão para o tombo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. A estimativa passou de contração de 5,52% para queda de 5,46%. No fim de junho, a projeção de queda alcançou o pico de 6,54%.
A expectativa para o desempenho da atividade econômica em 2020 reflete os impactos da pandemia da Covid-19, na economia nacional e mundial, que também caminha para uma recessão. As tendências de melhora nas previsões das últimas semanas, porém, refletem os dados positivos de indicadores macroeconômicos recentes.
Agora, o mercado espera o resultado oficial do PIB para o segundo trimestre para dimensionar o tamanho do rombo que a pandemia provocará na economia do país. O dado será divulgado pelo IBGE na terça-feira (1º) e deve apresentar uma retração de dois dígitos.
Estimativas do IBC-Br, índice de atividade econômica do BC considerado uma prévia do PIB, por exemplo, projetam um tombo de 10,9% na atividade econômica. Caso confirmada, a queda sinaliza o início de uma recessão técnica no país, que já registrou retração de 1,5% no primeiro tri.
Enquanto isso, o Ministério da Economia decidiu manter sua projeção de queda do PIB no acumulado do ano em 4,7%. Segundo o ministério, a decisão foi pautada justamente pela melhoria dos indicadores citados acima, refletindo um efeito positivo das medidas emergenciais adotadas até então. Desde então, a equipe econômica tem dito que as previsões com queda acima dos 6% terão que ser revistas.
Já o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) seguem com previsões de tombo de até 8% e 9,1%, respectivamente.
Inflação
Os analistas também revisaram a previsão para o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A estimativa para a inflação oficial avançou de 1,67% para 1,71%.
O número segue abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual, ou seja, podendo variar de 2,50% a 5,50%.
A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para persegui-la, o BC eleva ou reduz a taxa de juros básica, a Selic. Atualmente, a Selic está na mínima histórica, a 2% ao ano. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
Para o fim de 2021, a estimativa do mercado retornou para 3% ao ano. Na semana passada, as previsões tinham recuado para 2,75% a.a. Apesar de esperar uma alta dos juros no próximo ano, a projeção do mercado sinalizar que o movimento será de forma gradual.