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sexta, 26 de abril de 2024
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Draga naufragada há oito anos começa a ser retirada no Porto de Vitória, ES

Draga naufragada há oito anos começa a ser retirada no Porto de Vitória, ES

Uma draga naufragada há oito anos no Porto de Vitória começou a ser retirada na última semana, no Espírito Santo. A embarcação Cabrea Amazonas fazia parte de uma obra de ampliação do aterro da empresa Prysmian quando afundou.

Após várias tentativas da empresa de retirar a draga da água, a Prysmian conseguiu a autorização para cortar a embarcação neste ano. Dois pedaços ainda faltam ser tirados de dentro da água e a previsão é de que a operação termine nos próximos 30 dias.
A draga naufragada fica em um terminal portuário arrendado pela Prysmian Group, no Porto de Vitória. O diretor de marketing da empresa, Sandro Rezende, explicou que desde que a embarcação composta por uma balsa e um guindaste naufragou, em 2010, o grupo estudou formas de retirar a embarcação do fundo do canal.

“Na época, usamos várias técnicas para retirar ela dali, como içar e arrastar, mas não deram certo. Como na posição que estava não atrapalhava a operação do terminal da Prysmian e nem a circulação dos navios no cais, a solução foi esperar que a draga desse perda total para tentar novas operações”.

Essa autorização para que a embarcação fosse demolida, ou seja cortada em pedaços, foi conseguida recentemente pela Prysmian. De acordo com Rezende, nunca foi a intenção do grupo deixar a embarcação submersa.

“Essa autorização só é dada depois de um determinado prazo, quando é declarada perda total da embarcação. O prazo mínimo para isso é de cinco anos após o naufrágio. Nós só conseguimos isso agora e temos autorização da Autoridade Portuária de Vitória (Codesa), Capitania dos Portos e Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) para isso”.

Operação
O superintendente executivo da Superpesa, empresa contratada para fazer o serviço de retirada da draga, Deniz Cândido explicou que a operação começou há aproximadamente 56 dias e que o pedaço registrado foi o primeiro retirado da água e tem aproximadamente 235 toneladas.

“A draga inteira tem 650 toneladas e, por isso, temos que cortar ela em pedaços, fazer uma dragagem da lama no interior e depois içar. O pedaço que sobrou na água ainda será dividido em duas partes. Acreditamos que com mais 30 dias nós terminamos a operação”.

Depois de retirada toda a draga, Cândido contou que a carcaça será levada para o Rio de Janeiro, onde será derretida e inutilizada, onde também será feito o descarte adequado do aço da embarcação.

Registro
O técnico portuário Eduardo Lima, de 38 anos, registrou quando um pedaço da embarcação foi colocada na superfície.

“Acompanhei a operação durante dois dias e fiquei surpreso quando vi que estavam tirando da água uma embarcação, porque acredito que não seja normal um navio naufragar próximo ao cais do porto”.

História
Na época do naufrágio da draga Cabrea Amazonas, em 2008, uma matéria foi publicada no portal Gazeta Online.

De acordo com a notícia, a draga fazia parte de uma obra de ampliação do aterro da empresa Prysmian, que fabrica cabos de energia e telecomunicações para a Petrobras. Não houve feridos nem poluição do local.

Segundo a Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPES), a draga havia emborcado no berço 902, do Terminal São Torquato, município de Vila Velha e foi aberto um inquérito para apuração das causas do acidente e dos possíveis responsáveis.

O fiscal da obra pela Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Clovis Lascosque, explicou, na ocasião do naufrágio, que houve uma falha mecânica numa das bombas que transfere areia da embarcação para a obra, causando o naufrágio.

Fonte: G1