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tera, 16 de abril de 2024
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Defesa Civil e Bombeiros elevam para 42 o número de desaparecidos após chuvas na Baixada Santista

Defesa Civil e Bombeiros elevam para 42 o número de desaparecidos após chuvas na Baixada Santista

A Defesa Civil do Estado de São Paulo e o Corpo de Bombeiros elevaram para 42 o número de desaparecidos após as chuvas na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. O temporal começou na noite de segunda-feira (2) e se seguiu até a madrugada de terça-feira (3). As equipes de buscas já encontraram 28 pessoas mortas, vítimas dos deslizamentos de terra causados pela forte chuva.

Nesta quinta-feira, o número de desaparecidos subiu em Guarujá de 16 para 37. Segundo a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, as autoridades fizeram o cruzamento das listas de moradores do Morro Barreira do João Guarda do Programa Saúde da Família e da Defesa Civil. Ainda segundo as autoridades, mais de 50 casas foram atingidas pelo deslizamento no bairro, por isso, é possível que esse número de desaparecidos suba ainda mais.

“Todas as pessoas que foram dadas como desaparecidas pelos familiares foram contabilizadas com base em dados dos órgãos de saúde, assistência social e Defesa Civil, além do Corpo de Bombeiros, em uma contagem única para facilitar esse balanço”, disse o Capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Ainda segundo a Defesa Civil, além dos 37 desaparecidos em Guarujá, há 5 em Santos e 1 em São Vicente.

Veja onde ocorreram as mortes:

  • Guarujá: 23 mortes
  • Santos: 3 mortes
  • São Vicente: 2 mortes

A tempestade causou alagamentos em vias públicas, afetou serviços (transporte, educação, fornecimento de água, energia elétrica e telefonia) e fez rodovias serem bloqueadas.

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Dados das chuvas na Baixada Santista — Foto: Reprodução/TV Globo

Em um período de 24h, de acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), choveu 320 mm em Guarujá, valor muito acima da média de 263 mm prevista para março. Em Santos, choveu 239 mm, perto da média de 257 mm. Já em São Vicente foram registrados 207 mm de chuva, abaixo da média de 257 mm prevista para o mês todo.

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Trabalhos continuam no Morro do João Guarda, em Guarujá, nesta quarta-feira (4) — Foto: Paula Paiva Paulo/G1

Desabrigados

De acordo com a Defesa Civil do Estado, até a manhã desta quinta-feira (5), havia 151 desabrigados em Guarujá, 3 em São Vicente e 150 em Santos. Eles estão sendo recebidos em abrigos e escolas. Em Peruíbe, são 102 desabrigados, que deixaram temporariamente suas casas e foram recebidos no Centro Comunitário do Caraminguava.

Doações

As cidades da Baixada Santista estão recebendo doações para as famílias que foram prejudicadas pelo forte temporal. Há uma necessidade maior de doações de colchões, travesseiros e roupa de cama para as vítimas do temporal. Também são necessários itens como roupas de banho, alimentos em geral, água e produtos de higiene pessoal.

Há postos de coleta em Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá. Confira os postos aqui.

Governo do Estado

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), foi até Santos nesta terça-feira após o temporal e anunciou que o programa aluguel social será disponibilizado para as pessoas desalojadas após o temporal que atingiu a região da Baixada Santista.

O Governo de São Paulo já disponibilizou 15,6 toneladas em materiais de ajuda humanitária para o atendimento às vítimas das chuvas que caíram na Baixada Santista desde a última segunda-feira (2). Com apoio das prefeituras e entidades assistenciais, o Governo do Estado está providenciando a remessa de colchões, cobertores, cestas básicas, água sanitária e água potável aos municípios afetados.

Governo Federal

O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), reconheceu o estado de calamidade pública em Guarujá e a situação de emergência em Santos e São Vicente, por conta das fortes chuvas. A decisão foi publicada na edição desta quinta-feira (5) do Diário Oficial da União.

Com a medida, as localidades poderão ter acesso a recursos federais para ações de socorro, assistência, restabelecimento de serviços essenciais à população e reconstrução de estruturas públicas danificadas.

Chuva na Baixada

O temporal começou na noite de segunda e se estendeu durante toda a madrugada e manhã de terça-feira. Moradores registraram alagamentos e ruas ficaram intransitáveis em toda a Baixada Santista. Passageiros de um ônibus mostraram o rápido aumento do nível da água no interior do veículo. Diversas linhas de ônibus e itinerários foram comprometidos pelo temporal.

Houve quedas de barreira nas rodovias Anchieta, Cônego Domênico Rangoni, Rio-Santos e Guarujá-Bertioga, que fazem a ligação de cidades da Baixada Santista com outras regiões do Estado de São Paulo. As rodovias precisaram ser interditadas. Nesta quarta-feira, a via Anchieta foi liberada, mas a rodovia Guarujá-Bertioga continuava interditadaaté a última atualização desta reportagem.

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Arte: Por que ocorrem os deslizamentos — Foto: Juliane Monteiro/Arte G1

Chuvas no Sudeste

A ausência de variações de temperatura no Oceano Atlântico e o aquecimento global explicam as fortes chuvas que atingiram a região sudeste do Brasil no mês de fevereiro, segundo especialistas consultados pelo G1.

Já o começo de março as chuvas também seguem castigando a região. Quatro pessoas morreram no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo nesta segunda-feira (2).

Fonte: G1