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quinta, 28 de maro de 2024
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Coluna – Goalball mira ouro inédito para consolidar dominância

Coluna – Goalball mira ouro inédito para consolidar dominância

Teve início hoje (1º de março) a segunda fase de treinos da temporada das seleções masculina e feminina de goalball do Brasil no Centro de Treinamento Paralímpico (CT), em São Paulo. Os 16 convocados (sete homens e nove mulheres) são os mesmos da primeira fase, realizada entre 1º e 14 de fevereiro. Na Paralimpíada de Tóquio (Japão) cada seleção poderá ter seis jogadores.ebc - Coluna - Goalball mira ouro inédito para consolidar dominânciaebc - Coluna - Goalball mira ouro inédito para consolidar dominância

O time feminino, que fica no CT até dia 13, tem três remanescentes dos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro: as alas Ana Carolina Duarte, Gleyse Priscila e Victória Amorim. A ala Jéssica Gomes e as pivôs Ana Gabriely Brito e Moniza Aparecida, por sua vez, estiveram no grupo do Mundial de 2018 (que não teve Victória). As alas Geovanna Clara e Kátia Aparecida, além da pivô Larissa Santos completam a convocação da seleção dirigida por Dailton Nascimento, que deverá estar pelo menos 50% renovada em relação àquela de cinco anos atrás.

Na equipe masculina, que permanece treinando até dia 15, cinco jogadores estiveram na última Paralimpíada: os alas Alex Melo, Josemárcio “Parazinho” e Leomon Moreno e os pivôs José Roberto Ferreira e Romário Marques. Já o ala Emerson Ernesto e o pivô Ivanilson da Silva chegaram à seleção no atual ciclo paralímpico. Este último – de apelido “Son” – ainda tem de ser submetido a uma classificação funcional internacional (processo que define a classe conforme o grau da deficiência do atleta e se ele está apto a competir nos Jogos).

goalball selecao masculina - Coluna - Goalball mira ouro inédito para consolidar dominância
Seleção masculina de goalballl permanecerá treinando em São Paulo até 15 de março – Ale Cabral/CPB/Direitos Reservados

“Nosso grupo mescla atletas jovens e outros experientes. Temos atletas indo para a terceira Paralimpíada e outros podendo ir à primeira, mas já com experiência internacional. É um time com bagagem e potencial de desempenho interessante. É treino em alto nível o tempo todo”, destacou o técnico da seleção masculina, Alessandro Tosim, em entrevista à Agência Brasil.

A nova fase de treinamentos será mais intensa que a primeira, marcada por ser a volta das seleções ao CT após quase um ano, devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Ao longo de 2020, as delegações masculina e feminina foram acompanhadas à distância, com intuito de limitar ao máximo eventuais perdas técnicas e físicas.

“Dividimos a primeira fase em dois momentos. Todos os dias, eles faziam um treino técnico e tático e uma sessão física. Durante a [ausência de treinos devido à covid-19] pandemia, realizamos propostas [de atividades] virtuais com os atletas. Enfatizamos muito o treinamento técnico e algumas ações físicas. Foi um processo muito pertinente, pois eles chegaram fisicamente muito bem, em um nível que era interessante para aquela fase”, descreveu Tosim.

goalball jogada selecao feminina - Coluna - Goalball mira ouro inédito para consolidar dominância
Equipe feminina de goalball do Brasil ocupa ocupa o terceiro lugar na relação da IBSA, atrás de Turquia (1ª) e China (2ª) e foi bronze no Mundial de três anos atrás  – Ale Cabral/CPB/Direitos Reservados

“Apesar de as meninas terem vindo do período de um ano afastadas das atividades com intensidade um pouco maior, conseguimos fazer um controle e deu para perceber que a manutenção, mesmo de forma remota, funcionou. Com certeza, conseguiremos puxar um pouco mais. É uma preparação mais específica com treinos mais intensos”, complementou o preparador físico da seleção feminina, Roger Scherer, em depoimento ao site oficial da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).

O ouro que falta

A única modalidade paralímpica que não é adaptação de outro esporte tem o Brasil como potência, principalmente entre os homens. A seleção masculina de goalball é a atual bicampeã do mundo (2014 e 2018) e lidera o ranking da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, sigla em inglês). A feminina ocupa o terceiro lugar na relação da IBSA, atrás de Turquia (1ª) e China (2ª) e foi bronze no Mundial de três anos atrás. As duas equipes ganharam o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima (Peru), em 2019.

Curiosamente, os brasileiros nunca subiram ao topo do pódio da Paralimpíada. A equipe masculina ficou perto em 2012, mas foi prata nos Jogos de Londres (Reino Unido), superada pela Finlândia na final. Quatro anos depois, o Brasil foi derrotado pelos Estados Unidos na semifinal, mas assegurou o bronze ao ganhar da Suécia na disputa pelo terceiro lugar. O time feminino caiu para a China na semifinal e foi vencido pelas norte-americanas no jogo que valeu o bronze.

“A gente sabe que [a Paralimpíada de Tóquio] será uma competição difícil e muito disputada. Assim como retomamos os treinos agora, há países da Europa que já estão treinando, como Alemanha, Lituânia e Turquia, que são seleções muito fortes e costumam chegar às semifinais dos grandes eventos”, alertou Tosim.

“Temos um grupo de muito talento, e sabemos de nossas condições no cenário mundial. O Brasil é a maior referência do goalball hoje e vemos isso com bons olhos. A gente sabe que todo mundo se prepara para ganhar do Brasil e nós nos preparamos para não perdermos essa hegemonia”, completou o técnico da seleção masculina.

Caminho até Tóquio

A vaga na Paralimpíada foi assegurada graças à campanha das equipes masculina e feminina no Mundial de 2018. O cronograma até Tóquio, a princípio, tem outras quatro fases de treinamento e um torneio preparatório em vista para ambas as seleções: a Malmö Cup, competição tradicional disputada na Suécia e, por enquanto, agendada para o período de13 a 16 de maio. A realização, porém, ainda depende do estágio de evolução da pandemia e das restrições para acesso de estrangeiros na Europa.

O Campeonato das Américas, que seria em junho, em São Paulo, foi adiado para outubro. Em março, a seleção feminina teria um intercâmbio em Jerusalém (Israel), que foi cancelado em razão da covid-19. Também neste mês, os homens disputariam um torneio nos Estados Unidos, que acabou suspenso.

“[Em julho] Temos a expectativa de trazer alguma seleção para treinar conosco. Mas, em decorrência da pandemia, estamos trabalhando o conceito de competitividade nos treinos, criando, o tempo todo, situações em que os atletas estejam competindo, para manter isso aceso neles até a Paralimpíada”, concluiu Tosim.

Fonte: Agência Brasil