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sbado, 20 de abril de 2024
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Após noite em prisão, Moreira Franco e coronel Lima chegam para depor na sede da PF no RJ

Após noite em prisão, Moreira Franco e coronel Lima chegam para depor na sede da PF no RJ

Após passarem a noite na Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, o ex-ministro Wellington Moreira Franco e João Batista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, foram levados, na manhã desta sexta-feira (22), para prestar depoimento na sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

Moreira Franco, que é ex-governador do Rio e ex-ministro dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, foi preso ao sair do aeroporto do Galeão na quinta-feira (21). Na mesma operação, foi preso, em São Paulo, o ex-presidente Michel Temer.

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Comboio da PF deixa o Batalhão Prisional, em Niterói, com Moreira Franco e Coronel Lima — Foto: Diego Haidar/TV Globo

Resumo

  • Michel Temer e mais 9 pessoas foram presas na Operação Descontaminação
  • O ex-presidente é acusado de liderar uma organização criminosa que teria negociado R$ 1,8 bilhão em propina
  • A operação teve como base a delação do dono da Engevix e investigações sobre obras da usina nuclear de Angra 3
  • A defesa diz que nada foi provado contra Temer e que a prisão constitui um “atentado ao Estado democrático de Direito”
  • Os advogados de Temer entraram com pedido de habeas corpus,que pode ser julgado nesta sexta

Na cadeia com Pezão

Moreira Franco foi levado à noite para a Unidade Prisional Especial da PM. Ele está no mesmo presídio que o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão.

João Batista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, é amigo de longa data do ex-presidente Michel Temer e foi preso no começo da tarde desta quinta em sua casa na Zona Sul da capital paulista. A mulher do coronel, Maria Rita Fratezi, também foi presa.

Organização criminosa

A Lava Jato do Rio diz que Temer é suspeito de liderar uma organização criminosa para desvios de dinheiro público que atua há 40 anos no Rio. O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro afirma que a soma dos valores de propinas recebidas ou prometidas ao suposto grupo chefiado pelo ex-presidente Michel Temer ultrapassa R$ 1,8 bilhão.

A Operação Descontaminação, deflagrada nesta quinta-feira, prendeu dez pessoas. Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e são resultado da investigação sobre obras da usina nuclear de Angra 3, administrada pela Eletronuclear. O coronel Lima, um dos presos, é dono da Argeplan, empresa que tinha contrato com a estatal.

De acordo com a PF, a investigação decorreu de elementos colhidos nas operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade, embasadas em delação premiada.

A procuradora da República Fabiana Schneider, que também integra a força-tarefa da Lava Jato no Rio, disse que Argeplan cresceu a partir da atuação de Michel Temer. “Existe uma planilha que demonstra que promessas de pagamentos foram feitas ao longo de 20 anos para a sigla MT – ou seja, Michel Temer”, justificou a procuradora.

Também segundo Schneider, foi verificado por meio de escutas telefônicas que coronel Lima “era a pessoa que intermediava as entregas de dinheiro a Michel Temer”. “Não há dúvidas quanto a isso”, disse a procuradora.

Investigações da PF e do MPF também demonstram que há fortes indícios de que a reforma no apartamento de Maristela Temer, filha do ex-presidente, foi feita com dinheiro de propina.

A defesa de Temer considerou a prisão “um dos mais graves atentados ao Estado democrático de Direito no Brasil”. Segundo o advogado Eduardo Pizarro Carnelós, a força-tarefa da Lava Jato não tem provas dos crimes supostamente cometidos por Temer, e a prisão serviu apenas para “exibição do ex-presidente como troféu”.

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Ex-ministro Moreira Franco é o quinto ex-governador do Rio a ser preso — Foto: Reprodução/JN

 

 

 

Fonte: Agência Brasil