“As pessoas têm de ficar atentas, pois no meio do caminho podem encontrar alguém especial. Eu achei o meu companheiro de vida no ônibus”, afirmou a babá Rosane de Mello, 40 anos, que é passageira da linha 718, onde conheceu o cobrador Ilson dos Santos, de 44 anos.
No vai e vem de passageiros que passam pela roleta do Transcol que liga o bairro Caçaroca, na Serra, ao terminal de Campo Grande, em Cariacica, Rosane chamou a atenção do cobrador e os dois deram início a uma amizade que se transformou em amor e em casamento.
O casal fez uma cerimônia simbólica dentro de um coletivo na última segunda-feira (19), com direito a uma celebrante, bolo de dois andares, músico tocando saxofone e a tão sonhada troca de alianças.
Na ocasião, a noiva usou um vestido branco e fez maquiagem e penteado profissional. Segundo Rosane, a celebração era um desejo de Ilson. “Ele tinha a vontade de casar onde nós dois nos conhecemos. Foi tudo perfeito”, contou.
Rosane disse que Ilson é um homem carinhoso e que divide com ela as atividades domésticas.
Agora eles estão se preparando para casar no civil na sexta-feira (23), mas já moram juntos há 10 meses, em Bela Vista, Cariacica. Sobre o pedido de casamento, ela revelou que o cobrador foi até a escola onde ela fazia um curso técnico durante o horário do intervalo e a entregou um buquê de rosas.
“Pensei que fosse ser mais uma aventura, mas virou coisa séria. Hoje eu tenho prazer em tê-la ao meu lado e me sinto muito feliz quando chego em casa”, afirmou.
Ele contou que a babá sempre pegava o coletivo das 17h30, que coincidia com o horário em que ele estava de serviço na linha 718.
“Eu pedi o telefone dela. Falei que poderia avisar quando o coletivo já estivesse perto, mas foi uma desculpa para paquerá-la” (risos).
Ele contou que os dois estavam em processo de separação quando se conheceram, há um ano e três meses. Ele é pai de uma menina de 2 anos e ela tem quatro filhos, com idades de 20, 19, 13 e 12 anos.
“Ela sentava perto de mim e a gente começou a conversar sobre a história um do outro. A única coisa que eu não acredito é quando ela fala que eu sou bonito”, brincou.
Os dois ainda estão terminando de construir a casa onde moram.
“Começou com uma amizade, mas depois veio a paquera”
Você viaja no ônibus dele todos os dias?
Sim. Quando eu ia para o curso de enfermagem, eu pegava a linha que ele estava trabalhando. Duas vezes o ônibus apontou e eu sai correndo e ele ficou me esperando. Nisso ele pediu meu telefone para avisar onde o coletivo estava.
Como surgiu o interesse um pelo outro?
Eu sentava no banco da frente e a gente ia conversando sobre tudo. Depois ele me ajudava a passar a mochila na roleta. Começou com uma amizade, mas depois veio a paquera e eu o conquistei aos poucos com a minha timidez.
O que chamou sua atenção?
O companheirismo dele chamou a minha atenção. Posso contar com ele a qualquer momento. Ele sentiu que eu estava passando por um momento difícil, pois me via chorando às vezes no ônibus. Ele brincava: “Lá vem essa menina bonita chorando de novo. O que eu posso fazer para te ajudar? Casa comigo que você não chora mais”. E a brincadeira virou coisa séria.
Como é a convivência?
Ele sempre me leva para passear. A gente sai para lanchar e dar uma volta na praia. A convivência em casa é muito boa, ele é carinhoso comigo e me ajuda nas atividades. Nós também cozinhamos juntos.
Quais são os planos?
Quero terminar de construir a nossa casa e gostaria de realizar o sonho dele de colocar uma prótese dentária para voltar a sorrir.
Fonte: Tribunaonline