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sexta, 29 de maro de 2024
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Dólar sobe e ronda R$ 4,80 com juros dos EUA no radar; Ibovespa opera em queda

Dólar sobe e ronda R$ 4,80 com juros dos EUA no radar; Ibovespa opera em queda

Ibovespa caía 0,59%, cotado a 118.373 pontos, por volta das 15h29 desta segunda-feira (28), puxado para baixo pelo recuo de ações de petroleiras, incluindo a Petrobras, em meio à queda do petróleo conforme o mercado espera uma demanda menor pela commodity. A piora nas projeções de inflação no país, o que exigiria juros maiores, também prejudica o mercado de ações.

A piora nas projeções ocorre apesar do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmar que a taxa básica de juros, a taxa Selic, terminará o ciclo de alta em 12,75% e que a inflação passará a cair em abril. O mercado espera uma Selic acima de 13%.

No mesmo horário, o dólar tinha alta de 0,96%, a R$ 4,793, após falas de dirigentes do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, reforçaram as apostas em uma alta de 0,5 ponto percentual nos juros do país em maio, o que representaria um ciclo mais duro de elevação de juros e favorece a moeda norte-americana.

As perspectivas sobre os juros brasileiro e norte-americano enfraquecem um ciclo de valorização do real apoiado nos juros altos do Brasil, ativos descontados na bolsa de valores e pela busca de investidores por países produtores de commodities, cujos preços sobem em meio à guerra na Ucrânia.

Na semana anterior, o dólar desvalorizou 5,38%, e encerrou cotado em R$ 4,746, menor valor desde 11 de março de 2020. Já o Ibovespa fechou em 119.081 pontos, com alta semanal de 3,27%.

Petróleo

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro, os mercados de petróleo mostram a maior volatilidade em dois anos, com os preços da commodity chegando a bater níveis vistos pela última vez em 2008.

A commodity voltou a recuar nesta segunda-feira e ronda os US$ 110, com o mercado esperando uma demanda menor devido a novos lockdowns na China e a perspectiva de um ciclo de alta de juros maior nos Estados Unidos, o que desaceleraria a economia do país.

Se comparado com anos anteriores, o petróleo segue em valores elevados, devido ao descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia. O quadro foi intensificado com as tensões na Europa.

Commodities

A disparada nas commodities favorece o mercado brasileiro, e seus efeitos tem ajudado a superar a aversão a riscos com a guerra na Ucrânia, o que beneficia o real até o momento.

O ciclo está ligado, em parte, à alta nos preços do petróleo e do minério de ferro devido à elevada demanda em meio à retomada econômica. O ciclo de alta de juros nos Estados Unidos também alimenta essa migração, com a saída da renda variável norte-americana.

Outro fator por trás desse movimento são as expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que levou a altas nos preços, reforçadas com a crise na Ucrânia.

Porém, intervenções do governo chinês no mercado e um novo surto de Covid-19 no país com lockdowns ainda geram pressões de queda, em um sobe e desce na cotação, que continua em níveis elevados.

Guerra na Ucrânia

 

Com a guerra na Ucrânia completando um mês, as forças ucranianas têm tentado recuperar território dos russos nos últimos dias, de acordo com um alto funcionário da defesa dos Estados Unidos — que os descreveu como “capazes e dispostos” a fazê-lo.

As negociações entre Rússia e Ucrânia avançaram pouco nos últimos dias, enquanto as forças russas seguem tentando tomar cidades como a capital, Kiev, e Mariupol. Os países devem se encontrar novamente na terça-feira (29), e o presidente ucraniano sinalizou que o país aceitaria um status de neutralidade, uma exigência russa.

Do ponto de vista econômico, as sanções de maior impacto econômico para a Rússia estão ligadas à expulsão de bancos russos do Swift, um meio global de processamento de pagamentos.

 

*Com informações da Reuters

 

 

 

 

Fonte: CNN