A mineradora Vale afirmou hoje (1º) que todas as suas barragens têm plano de ação de emergência de barragens de mineração. A nota de esclarecimento foi publicada oito dias depois que o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão causou 115 mortes e destruição ambiental na cidade de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. O último balanço divulgado registra ainda 248 desaparecidos e 395 pessoas localizadas. Dos 115 mortos, 71 foram identificados.
O texto divulgado nesta sexta-feira pela Vale informa que “o plano foi construído com base em estudos técnicos de cenários hipotéticos para o caso de rompimento” e que “prevê qual será a mancha de inundação e também a zona de autosalvamento”. Ao longo do dia de hoje, veículos de comunicação divulgaram vídeos que mostram a onda de lama gerada pelo rompimento da barragem atingindo carros e pessoas na área administrada pela companhia.
Segundo a nota da Vale, o plano de ação de emergência da Barragem I da Mina Córrego do Feijão foi protocolado na prefeitura de Brumadinho e nas Defesas Civis Municipal, Estadual e Federal em julho, agosto e setembro de 2018. “A estrutura possuía todas as declarações de estabilidade aplicáveis e passava por constantes auditorias externas e independentes. Havia inspeções quinzenais, reportadas à Agência Nacional de Mineração, sendo a última datada de 21/12/2018. A estrutura passou também por inspeções nos dias 8 e 22 de janeiro deste ano, com registro no sistema de monitoramento da Vale”, diz o texto divulgado pela mineradora.
A Vale afirma ainda que a documentação “sempre esteve e continua à disposição das autoridades”. “A Barragem I possuía sistema de videomonitoramento, sistema de alerta através de sirenes e cadastramento da população à jusante. Também foi realizado o simulado externo de emergência em 16 de junho de 2018, sob coordenação das Defesas Civis e com o apoio da Vale, e o treinamento interno com os funcionários em 23 de outubro de 2018”, acrescenta o texto.
A nota de esclarecimento foi divulgada um dia depois que o presidente da companhia, Fábio Schvartsman, confirmou que a lama dispersada após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão “engolfou” a sirene de alerta. “É uma coisa trágica, pelo que [o] histórico de rompimento demonstra. Aqui aconteceu um fato que não é muito usual: a sirene que iria tocar foi engolfada pela queda da barragem antes que ela pudesse tocar”, disse Schvartsman após uma reunião com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
A Vale anunciou hoje que vem disponibilizando assistência e auxílio funeral para as famílias das pessoas que morreram atingidas pelo rompimento da barragem. A empresa informou também que já providenciou cerca de 10.200 itens de farmácia, e o volume de água mineral entregue já passa de 7.900 litros. Além disso, segundo a mineradora, foi disponibilizada acomodação para a comunidade atingida.
Fonte: Agência Brasil