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sbado, 11 de maio de 2024
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Passageira casa com cobrador dentro do Transcol

Passageira casa com cobrador dentro do Transcol

“As pessoas têm de ficar atentas, pois no meio do caminho podem encontrar alguém especial. Eu achei o meu companheiro de vida no ônibus”, afirmou a babá Rosane de Mello, 40 anos, que é passageira da linha 718, onde conheceu o cobrador Ilson dos Santos, de 44 anos.

No vai e vem de passageiros que passam pela roleta do Transcol que liga o bairro Caçaroca, na Serra, ao terminal de Campo Grande, em Cariacica, Rosane chamou a atenção do cobrador e os dois deram início a uma amizade que se transformou em amor e em casamento.

O casal fez uma cerimônia simbólica dentro de um coletivo na última segunda-feira (19), com direito a uma celebrante, bolo de dois andares, músico tocando saxofone e a tão sonhada troca de alianças.

Na ocasião, a noiva usou um vestido branco e fez maquiagem e penteado profissional. Segundo Rosane, a celebração era um desejo de Ilson. “Ele tinha a vontade de casar onde nós dois nos conhecemos. Foi tudo perfeito”, contou.

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Ilson e Rosane agora se preparam para fazer o casamento no cartório. (Foto: Kadidja Fernandes/AT)

Rosane disse que Ilson é um homem carinhoso e que divide com ela as atividades domésticas.
Agora eles estão se preparando para casar no civil na sexta-feira (23), mas já moram juntos há 10 meses, em Bela Vista, Cariacica. Sobre o pedido de casamento, ela revelou que o cobrador foi até a escola onde ela fazia um curso técnico durante o horário do intervalo e a entregou um buquê de rosas.

“Pensei que fosse ser mais uma aventura, mas virou coisa séria. Hoje eu tenho prazer em tê-la ao meu lado e me sinto muito feliz quando chego em casa”, afirmou.

Ele contou que a babá sempre pegava o coletivo das 17h30, que coincidia com o horário em que ele estava de serviço na linha 718.

“Eu pedi o telefone dela. Falei que poderia avisar quando o coletivo já estivesse perto, mas foi uma desculpa para paquerá-la” (risos).

Ele contou que os dois estavam em processo de separação quando se conheceram, há um ano e três meses. Ele é pai de uma menina de 2 anos e ela tem quatro filhos, com idades de 20, 19, 13 e 12 anos.

“Ela sentava perto de mim e a gente começou a conversar sobre a história um do outro. A única coisa que eu não acredito é quando ela fala que eu sou bonito”, brincou.
Os dois ainda estão terminando de construir a casa onde moram.

“Começou com uma amizade, mas depois veio a paquera”

Você viaja no ônibus dele todos os dias?

Sim. Quando eu ia para o curso de enfermagem, eu pegava a linha que ele estava trabalhando. Duas vezes o ônibus apontou e eu sai correndo e ele ficou me esperando. Nisso ele pediu meu telefone para avisar onde o coletivo estava.

Como surgiu o interesse um pelo outro?

Eu sentava no banco da frente e a gente ia conversando sobre tudo. Depois ele me ajudava a passar a mochila na roleta. Começou com uma amizade, mas depois veio a paquera e eu o conquistei aos poucos com a minha timidez.

O que chamou sua atenção?

O companheirismo dele chamou a minha atenção. Posso contar com ele a qualquer momento. Ele sentiu que eu estava passando por um momento difícil, pois me via chorando às vezes no ônibus. Ele brincava: “Lá vem essa menina bonita chorando de novo. O que eu posso fazer para te ajudar? Casa comigo que você não chora mais”. E a brincadeira virou coisa séria.

Como é a convivência?

Ele sempre me leva para passear. A gente sai para lanchar e dar uma volta na praia. A convivência em casa é muito boa, ele é carinhoso comigo e me ajuda nas atividades. Nós também cozinhamos juntos.

Quais são os planos?

Quero terminar de construir a nossa casa e gostaria de realizar o sonho dele de colocar uma prótese dentária para voltar a sorrir.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Tribunaonline